Estes são os biscoitos caseiros com os quais eu cresci, macios por dentro e com uma crosta estaladiça deliciosa, fácil de fazer e com leve sabor a limão.
Estes biscoitos amanteigados seriam provavelmente, e durante muitos anos, os mais repetidos de entre outras receitas de biscoitos e bolachas, e também das primeiras incursões culinárias que me lembro de fazer.
Ainda pequenos, a minha avó costumava chamar-me a mim e ao meu irmão para a ajudarmos na confecção dos ditos biscoitos, pois como a massa é moldável (quase como a plasticina) era divertido criar formas que geralmente incluíam as iniciais dos nossos nomes, outras eram semelhantes às apresentadas nestas fotos, e outras seriam provavelmente inventadas na altura e que sairiam mais ou menos bem depois de sair do forno.
Receita de Biscoitos da minha infância
Biscoitos de limão
para notas sobre a receita ler mais abaixo
ingredientes
300 gr de farinha com fermento
125 gr de açúcar
1 ovo
60 gr de manteiga
2 colheres (sopa) de leite (de qualquer tipo)
1 colher (chá) de raspa de limão ou de laranja
preparação
Bater a manteiga amolecida com o açúcar até obter um creme fôfo.
Junta-se a raspa do limão, e depois o leite.
Adiciona-se o ovo, batendo bem.
Aos poucos, envolve-se a farinha até a massa ficar elástica e moldável.
Deixa-se a repousar cerca de 15 minutos no frigorífico.
Usando as mãos, ou então cortadores de bolachas, modelam-se os biscoitos com formas a gosto.
Colocam-se num tabuleiro com papel vegetal, ou tapete de silicone, e levam-se ao forno a 180ºC durante cerca de 8 a 10 minutos (dependendo do tamanho do biscoito).
Os Ingredientes
Estes biscoitos só necessitam de 6 ingredientes simples que temos sempre em casa:
Farinha - sempre fiz esta receita usando farinha com fermento, no entanto se só tiver disponível farinha sem fermento, basta acrescentar 2 colheres (chá) de fermento à receita.
Açúcar - esta quantidade usada permite-nos ter uns biscoitos com uma doçura bastante equilibrada.
Ovo - este único ovo vai ajudar a ligar todos os restantes ingredientes.
Manteiga - ao contrário de muitos outros biscoitos, estes não ficam gordurosos e a quantidade de manteiga permite que fiquem apenas ligeiramente crocantes por fora e suaves por dentro.
Leite - pode-se usar o tipo de leite que se quiser, de vaca ou de origem vegetal, pois como a quantidade é reduzida, não interfere com o sabor.
Limão ou Laranja - geralmente faço estes biscoitos usando raspa de limão, mas também já experimentei com raspa de laranja; quem quiser pode aromatizar em alternativa com 1 colher (chá) de baunilha, ou então canela em pó.
Modo de preparação
Começa-se por derreter um pouco a manteiga, ou então retirá-la previamente do frigorífico e deixá-la atingir a temperatura ambiente.
Adiciona-se o açúcar e bate-se muito bem com a manteiga até o açúcar estar bem dissolvido e o creme ficar fôfo.
Acrescentam-se nesta altura os aromas da raspa de limão (ou outro a gosto) e o leite, e também o ovo envolvendo tudo muito bem.
Por fim, vai-se misturando a farinha aos poucos neste preparado (à mão com uma espátula/colher de pau, ou com a batedeira - varas em espiral) de modo a que tudo fique homogéneo e a massa fique com uma textura um pouco elástica (ao batermos bem, o glúten vai ser activado e criar a tal elasticidade).
Não é obrigatório, mas gosto que a massa repouse um pouco no frio para que fique ligeiramente mais rija e assim podermos mais facilmente modelarmos os biscoitos.
Nestes que fiz, modelei alguns dos biscoitos à mão e noutros utilizei cortadores de bolachas, para apresentar formatos variados. Ao criarem as formas que desejarem, tenham sempre em conta que estes biscoitos crescem um pouco no forno (como podem ver nas imagens), por isso coloquem-nos a alguma distância uns dos outros.
Estes biscoitos cozem rápido, e convém que sejam retirados do forno mal comecem a ganhar um bocadinho de côr, pois quanto mais tempo estiverem no forno mais duros vão ficar (se estiverem moles ao toque ao retirar do forno não faz mal pois ao arrefecer endurecem). Eu gosto deles crocantes por fora e macios por dentro, mas se gostarem deles mais rijos é só deixarem mais 5 minutos no forno, pois também são bem bons para molhar no chá ou café.
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Volta e meia, o mundo culinário internauta é invadido por uma vaga de receitas que são repetidas por muitos em pouco tempo. Esta receita foi uma dessas que de certeza já viram e ouviram falar – ovos em núvem, ou “cloud eggs”.
Ao contrário do que muitos possam pensar, estes ovos em núvem não são propriamente uma novidade, mas apenas o resurgimento de uma receita já conhecida pelo menos desde o séc.XVII criada em França ("Oeufs à la Neige" segundo o livro de culinária "Le Cuisinier François" publicado em 1651).
Com o passar dos séculos, no entanto, a designação "Oeufs à la Neige" já não é atribuída aos ovos em núvem originais, mas sim à receita francesa similar às nossas farófias.
Devo dizer que não foi uma ideia que me tivesse cativado de início, mas quando vi algumas versões que adicionavam alguns ingredientes à clara batida achei que uma receita tão simples quanto esta podia e devia ser valorizada.
Receita de Ovos em núvem colorida
para notas sobre a receita ler mais abaixo
ingredientes
4 ovos
4 a 6 tiras finas de bacon
¼ chávena de queijo da Ilha ralado fino
¼ chávena de cebolinho picado
Sal e pimenta q.b.
preparação
Separar as gemas das claras, depositando individualmente cada gema num recipiente à parte.
Picar finamente o bacon (se quiser, antes de o picar, pode levar a uma frigideira para ficar mais crocante, principalmente se as fatias usadas não forem muito finas).
Bater as claras em castelo firme, com um pouco de sal.
Com a ajuda da vara de arames, e sem mexer muito, envolver o queijo, o cebolinho, os pedacinhos de bacon e a pimenta.
Num tabuleiro, colocar uma folha de papel vegetal untada com um pouco de óleo ou azeite.
Distribuir a mistura das claras por 4 montinhos, sobre o papel vegetal.
Em cada montinho, com a ajuda de uma colher, fazer uma covinha no meio.
Levar o tabuleiro ao forno, a 230ºC apenas por 3 minutos.
Retirar o tabuleiro, e colocar em cada covinha uma gema com cuidado para não rebentar.
Levar de novo ao forno por mais 2 ou 3 minutos.
Adaptado de "Eggs in Clouds" / Originalmente publicado em 2016
Os Ingredientes
Apesar de um pouco mais trabalhosa do que preparar uns simples ovos estrelados, não são necessários muitos ingredientes - apenas 4 (mais os temperos):
Ovos - para esta receita quanto maiores forem os ovos melhor, porque terão mais clara.
Bacon - pode ser substituído por fiambre, e em vez das tiras de bacon pode-se usar bacon em fios (ligeiramente picados). Quem não come carne pode também substituir por tomate seco picado ou cebola frita.
Cebolinho - esta erva aromática combina muito bem com ovos, mas se pode-se usar em alternativa salsa, coentros ou mesmo (mas em menor quantidade) orégãos ou tomilho.
Queijo - nesta receita usei queijo da Ilha, mas pode-se trocar por parmesão ou cheddar maturado, pois fica melhor com um queijo que seja mais intenso, uma vez que a clara não tem grande sabor.
Modo de preparação
Alguns podem pensar que é muito trabalho apenas para preparar uns ovos, mas é na realidade bastante simples:
Começa-se por separar cuidadosamente as gemas das claras, e reservam-se as gemas cada uma num recipiente. Usei 4 chávenas de café passadas previamente por água para depois não correr o risco de a gema colar-se ao fundo, mas em alternativa pode-se usar a própria casca do ovo.
Leva-se as tiras de bacon a alourar muito ligeiramente numa frigideira, só para libertar gordura e ficar um pouco crocante. Deixa-se arrefecer.
Pica-se finamente o cebolinho.
Rala-se o queijo em tiras fininhas.
Numa taça, batem-se as claras em castelo bem firme com uma pitada de sal (não esquecer que o queijo a adicionar já é salgado).
Colocam-se o cebolinho, bacon, queijo, e pimenta sobre as claras e com a ajuda de uma vara de arames, envolve-se dando duas ou três voltas (se mexer muito, as claras abatem e começam a voltar ao estado líquido).
Unta-se uma folha de papel vegetal com azeite ou óleo, e coloca-se sobre um tabuleiro ou assadeira.
Divide-se a mistura por 4 porções sobre o papel vegetal, e com a ajuda de uma colher, faz-se uma covinha no meio de cada porção.
Leva-se ao forno a temperatura bem quente, para que as claras cozam rápido, durante cerca de 3 minutos.
Retira-se do forno e verte-se com cuidado em cada cavidade uma gema, e volta ao forno mais 2 ou 3 minutos, sem deixar que a gema cozinhe demais
Servir imediatamente, com uma salada variada.
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Quando temos limões à disposição, não há como não experimentar fazer um simples e famoso lemon curd caseiro, ácido e doce ao mesmo tempo, ideal para barrar no pão e usar na cobertura de bolos ou noutras sobremesas.
É por altura do Inverno que o meu limoeiro com quase 40 anos começa a produzir limões em grande quantidade, apesar de se tratar de uma árvore relativamente pequena.
A quantidade é tanta, que costumamos oferecer alguns, pois não conseguimos dar vazão a tantos limões. Este meu limoeiro é dos chamados limões galegos (côr amarela), que dão frutos bastantes sumarentos e aromáticos mas um pouco mais ácidos do que outras variedades.
Infelizmente, as receitas doces com limão levam, na sua maioria, apenas raspa de limão o que é uma pena, pois gosto de aproveitar as frutas ao máximo.
Uma das receitas que faz uso da raspa e sumo do limão é o famoso lemon curd, mas cá em casa só eu é que gosto deste creme de limão, por isso não o faço em grandes quantidades. Como é só para mim, optei por fazer metade da receita, que me rendeu um pouco mais de 1 chávena de lemon curd (o frasco que vêem nas imagens).
Receita de Creme de limão
Lemon Curd
para notas sobre a receita ler texto abaixo
ingredientes
1 ovo grande
100 gr de açúcar
125 ml de sumo de limão
1/2 colher (sopa) de raspa de limão
35 gr de manteiga
Pitada de sal
preparação
Bater bem o ovo com o açúcar, o sal e a raspa.
Adicionar aos poucos o sumo de limão.
Numa caçarola ou tacho, levar esta mistura a lume muito baixo, mexendo sempre com uma vara de arames.
Deixar que atinja lentamente a temperatura de 75ºC, sem deixar de mexer.
Retirar do lume, e adicionar a manteiga, envolvendo bem até derreter completamente.
Com a ajuda de um coador fino, coar o creme para uma taça.
Cobrir com pelicula aderente, mas de modo a que esta toque na superficie do creme (para que fique com textura cremosa uniforme e não ganhe uma pelicula) e leve ao frigorifico por algumas horas.
Coloque num frasco hermético, e guarde sempre no frigorifico após cada utilização.
Limão - para a preparação deste doce são necessários o sumo de limão espremido na hora, mas também a sua raspa, é esta última que dá o sabor e aroma a limão.
Ovo - a maior parte das receitas de lemon curd usa apenas gemas de ovos, mas esta receita usa um ovo grande inteiro. Para que o creme seja bem amarelo, convém que os ovos tenham gemas amarelo-alaranjadas porque com ovos de gemas amarelo-claro, o lemon curd vai ficar mais pálido de côr.
Manteiga - juntamente com o ovo, vai conferir aquela cremosidade característica do creme de limão e também ao arrefecer vai também dar consistência ao doce. Pode ser usada manteiga com ou sem sal, mas se usar com sal ter sempre em atenção que há marcas com maior teor de sal do que outras (deste modo não é necessário temperar com uma pitada de sal).
Açúcar - a quantidade aqui apresentada não permite que seja muito doce, apenas o suficiente para contrabalançar a acidez do limão; no entanto, podem acrescentar um pouco mais de açúcar, ou então usar 100gr mas de açúcar com stevia que vai equivaler em termos de doçura a 200gr de açúcar comum.
Modo de preparação
Começa-se por retirar a raspa a um ou mais limões, e posteriormente espreme-se o seu sumo até se obter a quantidade necessária.
Numa taça, ou mesmo directamente num tacho ou caçarola, bate-se o ovo juntamente com o açúcar, a pitada de sal (no caso de usar manteiga sem sal, se usar com sal pode-se omitir a pitada) e a raspa de limão.
Aos poucos e mexendo sempre com uma vara de arames, envolver o sumo de limão.
Leva-se então a lume baixo, mexendo continuamente até começar a engrossar após cerca de 8 a 10 minutos. Convém que o lume seja realmente baixo, e que o processo não seja acelerado porque o resultado final não terá a textura certa se o ovo cozinhar depressa demais. Para mim, a maneira mais fiável é usar um termómetro de culinária e ir mexendo o preparado lentamente até atingir os 75ºC.
Retira-se o tacho ou caçarola do lume, e adiciona-se a manteiga em pedaços (para derreter mais depressa) e envolve-se com a vara de arames até derreter completamente.
Ainda quente, passa-se o creme por um coador para uma taça de modo a retirar os pedaços de raspa, que já largou todo o sabor para o doce e para que o creme fique mais fino e suave.
Coloca-se um pedaço de película aderente diretamente em cima, mas que toque na superficie do creme(isso impede que uma película se forme por cima).
Deixa-se arrefecer à temperatura ambiente e uma vez frio, o plástico pode ser removido. De seguida guarda-se num frasco previamente esterilizado e depois coloca-se no frigorífico para que o creme prenda (tal como acontece nos pudins).
O prazo de validade é de cerca de 2 semanas no frigorífico, mas também pode ser congelado para futuras utilizações.
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