Para aqueles dias mais quentes entre o fim da Primavera e o início de Verão, esta é uma adaptação mais fresca de um clássico da doçaria que dá destaque uma das frutas da época - a cereja.
Quem costuma pesquisar receitas decerto já se defrontou com umas sobremesas americanas conhecidas como icebox cakes, que não são mais do que uns "primos" do nosso bolo de bolacha, geralmente elaborados para servir em dias de mais calor.
Na sua essência, são apenas semifrios compostos por camadas de bolacha, creme à base de natas e por vezes também fruta, ou creme de chocolate, lemon curd, ou até compotas.
Neste icebox cake foi simplesmente recriado o conceito do conhecido bolo Floresta Negra, usando os 3 principais componentes: chocolate, natas e cerejas.
Se desejarem, pode-se ainda decorar este semifrio com raspas de chocolate, mais algum chantilly e cerejas. Nesta minha apresentação preferi não acrescentar mais nada, até porque usei na receita todas as cerejas e natas que tinha à disposição em casa.
Nas imagens podem verificar que as camadas de bolachas e creme estão em proporções equivalentes, mas se quiserem maiores camadas de creme, basta duplicar as quantidades de queijo creme, natas e açúcar.
Receita de Semifrio Floresta Negra
para notas sobre a receita ler mais abaixo
ingredientes
1 embalagem de bolachas de cacau/chocolate (aprox. 265gr)
200 ml de natas
200 gr de queijo creme
80 gr de açúcar em pó
2 chávenas de cerejas frescas (sem caroço e em pedaços)
preparação
Bater o queijo creme com o açúcar em pó.
À parte, bater as natas em chantilly.
Envolver cuidadosamente as natas na mistura de queijo creme e açúcar.
Forrar uma fôrma quadrada/rectangular ou redonda com pelicula aderente (este passo é opcional, pode-se montar o bolo directamente no recipiente a usar).
Dispõem-se algumas bolachas no fundo da fôrma.
Espalha-se cerca de 1/3 do creme por cima das bolachas.
Distribui-se cerca de metade das cerejas por cima do creme.
Volta-se a dispôr bolachas, depois mais 1/3 do creme, e as restantes cerejas.
Por fim, finaliza-se com mais uma camada de bolacha e o creme restante.
Cobre-se a fôrma com pelicula aderente e leva-se ao frigorífico por algumas horas (pelo menos 4 horas).
Antes de servir pode ir 1 ou 2 horas ao congelador para estar mais fresca e também mais fácil de fatiar.
Natas - é o elemento principal do creme deste semifrio, e como sempre, dou preferência a natas frescas que não contêm aditivos (principalmente a carragenina), ao contrário daquelas que não precisam de estar no frigorífico.
Queijo creme - o queijo a utilizar aqui é do tipo Philadelphia® e não outro como mascarpone ou quark, e vai conferir uma leve acidez à sobremesa e também alguma consistência ao creme.
Açúcar em pó - ao usarmos açúcar em pó, este vai dissolver-se melhor e vai dar mais leveza ao creme a preparar.
Cerejas - esta receita é ideal para servir no fim da Primavera, altura em que aparecem as cerejas frescas de produção nacional; no entanto também pode ser feita com cereja congelada ou de conserva.
Bolachas de chocolate - uma vez que o bolo Floresta Negra tem como elemento-base uma massa de bolo de chocolate, aqui as bolachas a utilizar terão de ser também de chocolate. Nesta receita usei bolacha Maria de chocolate/cacau, mas podemos usar bolachas tipo shortcake, ou ainda tipo Oreo®.
Modo de preparação
Começa-se por colocar as natas no congelador por alguns minutos (10 ou 15) para que fiquem bem frias e assim baterem mais rapidamente e ficarem mais firmes.
Escolhe-se o recipiente onde se irá montar a sobremesa - neste caso foi numa fôrma de brownies quadrada (22x22cm) - e forra-se com película aderente (molhando-se préviamente a fôrma com água); há muitos que fazem este tipo de semifrio directamente no recipiente, no entanto deste modo não se pode desenformar e serve-se directamente a partir daí.
Entretanto numa taça com alguma capacidade, bate-se com a ajuda de uma batedeira o queijo creme com o açúcar em pó.
Noutra taça, batem-se as natas até ficarem firmes (mas com cuidado para não bater demais, senão os sólidos separam-se e transformam-se em manteiga).
Aos poucos, envolvem-se as natas no preparado de queijo creme e açúcar.
O passo seguinte é distribuir a 1ª camada de bolachas pelo fundo; neste caso usei 9 bolachas por camada.
Por cima destas espalha-se cerca de 1/3 do creme, alisando com a ajuda de uma espátula ou colher.
Seguidamente, distribuem-se os pedaços de cereja (cerca de metade da quantidade) por cima do creme.
Volta-se a repetir a ordem das camadas: 1ª-bolachas, 2ª-creme, 3ª-cerejas.
Finaliza-se com mais uma camada de bolachas, que depois se cobrem com a última porção de creme.
Leva-se ao frigorífico pelo menos durante 4 horas, para que o creme ganhe firmeza e as bolachas humedeçam e fiquem com uma textura de bolo.
Antes de servir, e para ser mais fácil dividir as porções, pode-se colocar pelo menos 1 hora no congelador (não chega a congelar).
Quem quiser transformar este semifrio numa sobremesa gelada, pode colocar directamente depois de tudo montado no congelador durante as 4 horas (ou mais) e retirar cerca de 15 minutos antes de servir.
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Já tinha experimentado fazer pão caseiro, mas muito ocasionalmente. No entanto, com a pandemia de COVID19 veio a "pãodemia" e começaram a aparecer por todo o lado (não só em Portugal) receitas de pão para confeccionar em casa.
Esta é uma dessas que adaptei, e que tem como principal diferença relativamente a outras receitas, a temperatura de cozedura pois este pão é cozido num forno a 180ºC e não a 250ºC como a maioria.
Como resultado obtemos um pão fôfo e leve, e com uma crosta dourada e fina. O pão que fiz e que vêem nas imagens foi cozido totalmente a 180ºC (calor circulante + calor por cima e por baixo); no entanto, se quiserem que fique mais tostado e com mais crosta, na parte final da cozedura (sem tampa) basta subir a temperatura para os 200ºC ou mesmo 220ºC, mas estando sempre atentos para não queimar demais.
Receita de Pão de mistura
para notas sobre a receita ler mais abaixo
ingredientes
350 gr de farinha de trigo T65
100 gr de farinha de trigo integral T150
350 gr de água
1 colher (chá) de açúcar
1 colher (chá) de fermento granulado seco
1 colher (chá) de sal
Farinha de trigo T65 para polvilhar
preparação
Amornar a água até que atinja a temperatura de cerca de 37ºC (água tépida).
Numa taça grande, misturar o açúcar com o fermento e lentamente acrescenta-se a água dissolvendo bem.
Deixa-se repousar durante 5 minutos para activar o fermento.
Numa taça, misturar a farinha de trigo com a farinha de trigo integral e o sal.
Verte-se depois a mistura de farinhas, e mistura-se bem.
Bate-se esta massa muito bem com a ajuda de um robot de cozinha ou batedeira com as pás em espiral durante 5 minutos.
Com a ajuda de uma espátula dá-se a forma de uma bola, e polvilha-se com um pouco de farinha.
Tapa-se a taça com um pano, ou então película aderente (mas deixando uma ponta ligeiramente destapada).
Deixa-se a levedar durante 1 hora.
Passado esse tempo, com a ajuda de uma espátula ou mesmo à mão, amassa-se puxando várias vezes a parte exterior da massa para o centro, voltando depois a formar uma bola e polvilhando-se novamente com um pouco de farinha.
Coloca-se a massa sobre uma folha grande de papel vegetal, e pegando no papel coloca-se a massa na mesma taça ou noutro recipiente de dimensão semelhante ao tacho/fôrma com tampa onde vai cozer no forno.
Deixa-se a levedar novamente durante 1 hora (quando faltar 30 minutos para acabar de levedar, coloca-se o tacho/fôrma com tampa no forno previamente aquecido a 180ºC).
Pegando pelo papel vegetal, coloca-se a massa no tacho/fôrma e tapa-se, levando a cozer durante 35 minutos.
Passado este tempo, retira-se a tampa e continua a cozer durante mais 15 minutos.
Retira-se do forno e põe-se imediatamente a arrefecer sobre uma rede ou grelha, descartando o papel vegetal.
Como quase todas as receitas de pão, não são necessários muitos ingredientes - apenas 5:
Farinha de trigo - a base do pão é sempre a farinha, e convém que seja T65 (apesar de também poder ser feito com T55) que possui maior teor proteico e fibra e por isso é mais indicada para panificação caseira.
Farinha de trigo integral - é opcional, pois a receita original é feita só com farinha de trigo branca, mas como gosto de pão com alguma farinha integral resolvi substituir. Também já experimentei uma versão com farinha de centeio (100gr), e outra com farinha integral (50gr) juntamente com centeio (50gr).
Fermento - apesar de na receita original ser usado o dobro do fermento, 1 colher de chá de fermento de padeiro seco granulado chega perfeitamente para levedar a massa.
Água - é muito importante que esteja a uma temperatura de cerca de 37ºC (eu meço com um termómetro) porque se estiver muito quente vai anular a função de fermento, e se estiver fria não vai activar o fermento; quem não tem termómetro, basta testar a temperatura da água colocando umas gotas no pulso.
Açúcar - a presença do açúcar serve essencialmente para auxiliar a acção levedante do fermento.
Sal - quando faço pão prefiro usar flor de sal, pois dilui-se mais rápidamente quando em contacto com a água dispersando-se melhor na massa.
Modo de preparação
Começamos por amornar a água até atingir uma temperatura entre os 37ºC a 43ºC.
Numa taça grande onde o pão irá levedar, coloca-se o fermento juntamente com o açúcar, adicionando-se depois a água mexendo para que o fermento e o açúcar se dissolvam.
Deixa-se a repousar durante cerca de 5 minutos, para activar o fermento. No caso do fermento estar fora de prazo, ou não ter estado bem acondicionado (no caso de embalagens abertas anteriormente) este não apresentará as características bolhinhas que se formam à superficie da água e que são indicadoras do inicio da fermentação.
Pesamos as farinhas (T65 + integral) e misturamos o sal.
Misturam-se as farinhas com a água, envolvendo bem com a ajuda de uma espátula ou colher de pau.
Usando uma batedeira com as pás em espiral, bate-se a massa (em velocidade baixa) durante 5 minutos.
Polvilha-se com um pouco de farinha e modela-se mais ou menos a massa, à mão ou usando a espátula, formando uma bola.
Cobre-se a taça com um pano, ou na falta deste, com película aderente (mas deixando uma ponta ligeiramente destapada).
Deixa-se a levedar durante cerca de 1 hora num local onde a temperatura esteja amena (evitar locais muito quentes - acima de 30ºC).
O próximo passo é amassar, com a ajuda de uma espátula ou mesmo à mão, puxando as bordas da massa em direcção ao centro, voltando depois a formar uma bola com a parte mais lisa virada para baixo, polvilhando-se novamente com um pouco de farinha.
Coloca-se a massa sobre uma folha grande de papel vegetal, e pegando no papel coloca-se a massa na mesma taça ou noutro recipiente de dimensão semelhante ao tacho ou fôrma com tampa (de preferência, um tacho de ferro fundido ou barro, ou que tenha paredes espessas para que acumule calor).
Deixa-se a levedar novamente durante 1 hora.
Quando faltarem 30 minutos para acabar de levedar, coloca-se o tacho ou fôrma com tampa no forno previamente aquecido a 180ºC para que a suas superfícies acumulem calor e possibilite uma melhor e mais uniforme cozedura do pão.
Pegando pelo papel vegetal, coloca-se a massa no tacho ou fôrma e tapa-se, levando a cozer durante 35 minutos.
Passado este tempo, retira-se-lhe a tampa e volta ao forno a ganhar côr durante mais 15 a 20 minutos. Nesta altura pode-se subir a temperatura do forno para 200ºC ou 220ºC, conforme se queira uma crosta mais tostada ou não.
Retira-se do forno e põe-se imediatamente a arrefecer sobre uma rede ou grelha, descartando o papel vegetal. Deste modo, e como o pão ainda se encontra a libertar vapor, a crosta (principalmente da parte de baixo) manter-se-à crocante.
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